TUMORES DE ESÔFAGO
A maioria
deriva de tumores de células escamosas ou adenocarcinoma. Antigamente
predominavam os de células escamosas e hoje predominam o adenocarcinoma devido
ao aumento de casos de esôfago de Barret. O carcinoma de células escamosas é
derivado do epitélio estratificado não queratinizado e se origina
principalmente no terço médio do esôfago. O adenocarcinoma é derivado do
epitélio de Barret e se localiza no terço distal do esôfago. É um câncer que predomina
em homens, na raça negra e que geralmente se apresenta a partir dos 40 anos de
idade.
Fatores de risco
Carcinoma de células escamosas:
·
Tabagismo, alcoolismo e baixa ingestão de
vegetais e frutas talvez sejam responsáveis por 90% destes;
·
Ingestão de alimentos e bebidas quentes;
·
Maior ingestão de carnes vermelhas;
·
Doenças esofágicas preexistentes como: acalasia,
esofagite cálcica;
·
Gastrectomia parcial prévia;
·
Gastrite atrófica;
·
Tilose: doença com hiperqueratinização das
palmas das mãos e plantas dos pés
·
Biofosfanatos orais (questinonáveis): tratamento
e prevenção de osteoposrose (recomenda não deitar para não lesar o esôfago).
Recomenda-se não usar em portadores de esôfago de Barret;
·
Carcinoma de cavidade oral, orofaringe, laringe,
pulmão (provavelmente devido ao mesmos fatores de risco)
·
É mais frequente em negros que em brancos.
Carcinoma
escamocelular geralmente é infiltrante, ulcerada e circunferencial. Acomete
mais frequentemente o terço médio do esôfago. É caracterizado por invasão
linfática precoce (linfáticos estão na lamina própria, diferentemente do
restante do TGI). Pode fistulizar-se para a traqueia e aorta. Metástases mais
comuns para o fígado, ossos e pulmões em 30% dos casos e medula óssea em 40%
dos casos ao diagnostico.
Adenocarcinomas:
Cinco vezes
mais frequente em brancos e 8 vezes mais frequente em homens. Seus principais
fatores de risco são:
·
Tabagismo, obesidade (abdominal), DRGE, dieta
pobre em frutas e vegetais são responsáveis por 80% dos adenocarcinomas
esofágicos;
·
DRGE evoluindo para esôfago de Barret: passado
de DRGE presente em mais de 50% dos adenocarcinomas de esôfago. Risco maior em
pacientes com refluxo grave e mais de 20 anos de sintomas. A cirurgia
antirefluxo parece não reduzir o risco.
·
Esôfago de Barret aumenta em 30 vezes o risco de
desenvolver o adenocarcinoma;
·
Colecistectomia previa: aumenta o refluxo biliar
(alcalino) ao esôfago;
·
Interrogável efeito protetor de uso regular de
AINH.
O
adenocarcinoma geralmente se localiza na junção esôfago-gastrica, em associação
com o esôfago de Barret. Manifesta-se com ulcera, placa, nodulação ou mesmo sem
nenhuma alteração macroscópica diferente do esôfago de Barret. Suas metástases
são geralmente para linfonodos celíacos e perihepaticos, sendo comumente de
grande profundidade.
Manifestações clinicas:
As fazes
iniciais são assintomáticos. Com a evolução ocorrem sintomas de DRGE (dor
retroesternal mal definida). Em doença avançada observa-se: disfagia
progressiva (se inicia com sólidos e depois evolui para líquidos), emagrecimento
(TNT alta diminui o apetite), regurgitação de alimento não digerido, sem gosto
azedo, pneumonia de aspiração, rouquidão (acometimento do n. laríngeo
recorrente pelo acometimento de linfonodos), anemia (sangramento oculto,
hematêmese ou melena são raros), fistulas esôfago-traqueais.
Diagnóstico
São bem diagnosticados pela
analise conjunta do esofagroma baritada e endoscopia digestiva alta:
·
Esofagograma
com bário: feito apenas em fases avançadas, sendo sempre necessária a
endoscopia com biopsia para confirmar a lesão.
Permite a diferenciação entre estenose péptica e câncer de esôfago
(irregularidade da mucosa e súbita transição entre o esôfago normal e a
obstrução- sinal do degrau)
·
EDA:
padrão ouro. Mostra grande massa mucosa que é praticamente patognomônica. A
biopsia é sempre realizada. Pelo seu aspecto endoscópico ele pode ser
classificado em 3 tipos: polipoide exofítico, escavado ou ulcerado e plano ou
infiltrativo.
Estratificação
O câncer de
esôfago se caracteriza por ter um comportamento extremamente agressivo,
disseminando-se localmente e a distancia. Cerca de 75% dos pacientes diagnosticados já
apresentam invasão linfática. O estadiamento se
baseia na Classificação TNM.
Prognostico e tratamento
Independente
do tipo histológico, 50 a 60% do tumores esofágicos apresentam padrão
localmente avançado ou metastático, sendo incuráveis e o tratamento apenas
paliativo. Em paciente com lesão
restrita a mucosa e submucosa (T1N0) a cirurgia (esofegectomia e
linfadenectomia regional) deverá ser realizada com potencial curativo. Grande
parte dos tumores invadem a parede esofágica ou linfonodos, com chance de cura
de menos de 15%, com múltiplas terapias disponíveis.
Para tumores
T2 ou maiores com linfonodos regionais o tratamento é controverso. A maioria
recomenda quimioterapia e radioterapia. Para pacientes com tumor irressecável,
deve-se preocupar com a qualidade de vida do paciente, utilizando dilatadores
ou stents para reconstituir o transito alimentar, radioterapia para aliviar a
disfagia ou jejunostomia ou gastrostomia para permitir alimentação enteral.
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