quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Tumores Pancreaticos



Câncer de Pâncreas 
É a 4ª causa de morte por câncer em homens e mulheres.  Sendo que, 75% estão localizados na cabeça e colo do pâncreas, 15% ocorrem no corpo, 10% ocorrem na cauda.  Geralmente é diagnosticado em fases avançadas: 52% já apresentam metástases a distancia, 26% apresentam metástases regionais. A sobrevida nesses casos de um ano é de 26% e em cinco anos é de 6%. É mais comum no sexo masculino e em negros. É raro ocorrer antes dos  40 anos, sendo a maior incidência entre 60-75 anos.

Fatores de risco:
·        
40% são esporádicos;
·         5-10% são hereditários;
·         30% atribuídos ao tabagismo (nitrosaminas do tabaco);
·         20% atribuídos a fatores dietéticos: carne vermelha (produto processado);
·         Obesidade abdominal;
·         Diabetes mellitus;
·         Pancreatite crônica;
·         Raça negra;
·         Café e álcool não se associam a este câncer;
·         Historia familiar de câncer de pâncreas;
·         Pancreatite crônica hereditária;

Patologia

Cerca de 80% são adenocarcinomas do epitélio ductal, sendo que 95% dos tumores pancreáticos originam-se de sua porção exócrina. O adenocarcinoma de células acinares é raro e tem péssimo prognóstico.
Adenocarcinoma ductal
        A maioria é pouco diferenciada, com graus variáveis de produção de estruturas similares a ductos e produção de muco. Classificam em grau I á III de acordo com o grau de displasia. Podem ser adenoescamosos ou mucinosos (tumor cístico maligno mais comum do pâncreas).
Manifestaçoes clinicas
Os sintomas geralmente estão presentes quando quadro avançado e dependem da localização do tumor:
·         Dor abdominal no andar superior, insidiosa, de longa duração que geralmente piora durante a noite.
·         Emagrecimento;
·         Adinamia;
·         Icterícia, colúria, acolia fecal e prurido (comumente acomete vias biliares, tumores da cabeça do pancreas);
·         Vômitos;
·         Esteatorréia;
·         Ascite (implantes metastáticos no peritôneo);
·         TEV: tromboflebite superficial migratória (síndrome de trousseau).
Diagnostico

Exames laboratoriais:
·         Anemia normocítica e normocrômica;
·         Hiperbilirrubinemia com predomínio de direta e aumento de fosfatase alcalina (tumor de cabeça de pâncreas);
·         Intolerância a glicose geralmente surge tardiamente;
US abdominal:
Alta sensibilidade para detectar dilatação de vias biliares extra-hepáticas e para estabelecer os níveis de obstrução. Tem alta sensibilidade para detectar massas na cabeça do pâncreas (>95%), embora a sensibilidade seja baixa para tumores menores que 3 cm. É o exame inicial de imagem a ser usado em todo paciente com suspeita de tumor de pâncreas.
TC de abdome:
Se detectado um massa pancreática no US realizar a TC. Permite confirmar e avaliar a extensão do tumor, para detecção de metástases. É um exame superior ao US para visualização do pâncreas e do retroperitôneo, sendo utilizado tanto para o diagnostico quanto para o estadiamento. O achado principal é de uma massa pancreática.
CPRE (colangeopancreatografia retrograda endoscópica):
Usada quando a coledocolitíase não foi afastada ou em casos no qual há necessidade de descompressão biliar (stent) em pacientes com tumor avançado em com alto risco cirúrgico. Imagem de ponta de lápis é sugestivo de tumor. É indicada em casos suspeitos na ausência de massa bem definida na TC de abdome. Permite diferenciar tumores periampulares e diferenciar câncer de pâncreas de pancreatite crônica. O sinal de “duplo ducto” é praticamente patognômonico de câncer de pâncreas.
C19-9
Marcador sérico do câncer de pâncreas com sensibilidade de 70-82% e especificidade de 68-92%. Pode elevar-se em outras neoplasias e é utilizado para avaliar o prognostico após o diagnostico e após a cirurgia (tende a reduzir seus níveis lentamente) e durante a quimioterapia pós-operatória.
Colangio RNM
Alternativa na impossibilidade de fazer CPRE. Sua limitação é não ter finalidade terapêutica.

Tratamento
        
        O único tratamento curativo é a ressecção do tumor
 Tumores pouco invasivos, localizado na cabeça do pâncreas ou periampular:
·         Pancreatoduodenectomia (procedimento de Whipple: ressecção da vesícula biliar, do colédoco, 15 com proximais do jejuno, todo o duodeno, estomago distal e piloro e cabeça do pâncreas até o nível da artéria mesentérica superior).
OBS: pancreatectomia distal é pouco realizada devido ao fato de na maioria das vezes haver doença avançada
Tumor no colo do pâncreas:
·         Pancreactomia total
Quimioterapia com ou sem radio complementar: em tumores inoperáveis (paliativa).
OBS: se tem icterícia obstrutiva deve-se fazer US abdominal sempre. O transplante de pâncreas repõe apenas a função endócrina do pâncreas.



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