Câncer de Pâncreas
É a 4ª causa
de morte por câncer em homens e mulheres. Sendo que, 75% estão localizados na cabeça e
colo do pâncreas, 15% ocorrem no corpo, 10% ocorrem na cauda. Geralmente é diagnosticado em fases
avançadas: 52% já apresentam metástases a distancia, 26% apresentam metástases
regionais. A sobrevida nesses casos de um ano é de 26% e em cinco anos é de 6%.
É mais comum no sexo masculino e em negros. É raro ocorrer antes dos 40 anos, sendo a maior incidência entre 60-75
anos.
Fatores de risco:
·
40% são esporádicos;
·
5-10% são hereditários;
·
30% atribuídos ao tabagismo (nitrosaminas do
tabaco);
·
20% atribuídos a fatores dietéticos: carne
vermelha (produto processado);
·
Obesidade abdominal;
·
Diabetes mellitus;
·
Pancreatite crônica;
·
Raça negra;
·
Café e álcool não se associam a este câncer;
·
Historia familiar de câncer de pâncreas;
·
Pancreatite crônica hereditária;
Patologia
Cerca de 80% são adenocarcinomas do epitélio ductal, sendo que 95% dos
tumores pancreáticos originam-se de sua porção exócrina. O adenocarcinoma de
células acinares é raro e tem péssimo prognóstico.
Adenocarcinoma
ductal
A maioria é pouco diferenciada, com
graus variáveis de produção de estruturas similares a ductos e produção de
muco. Classificam em grau I á III de acordo com o grau de displasia. Podem ser
adenoescamosos ou mucinosos (tumor cístico maligno mais comum do pâncreas).
Manifestaçoes
clinicas
Os sintomas geralmente estão presentes quando quadro avançado e
dependem da localização do tumor:
·
Dor abdominal no andar superior, insidiosa, de
longa duração que geralmente piora durante a noite.
·
Emagrecimento;
·
Adinamia;
·
Icterícia, colúria, acolia fecal e prurido
(comumente acomete vias biliares, tumores da cabeça do pancreas);
·
Vômitos;
·
Esteatorréia;
·
Ascite (implantes metastáticos no peritôneo);
·
TEV: tromboflebite superficial migratória
(síndrome de trousseau).
Diagnostico
Exames laboratoriais:
·
Anemia normocítica e normocrômica;
·
Hiperbilirrubinemia com predomínio de direta e
aumento de fosfatase alcalina (tumor de cabeça de pâncreas);
·
Intolerância a glicose geralmente surge
tardiamente;
US abdominal:
Alta
sensibilidade para detectar dilatação de vias biliares extra-hepáticas e para
estabelecer os níveis de obstrução. Tem alta sensibilidade para detectar massas
na cabeça do pâncreas (>95%), embora a sensibilidade seja baixa para tumores
menores que 3 cm. É o exame inicial de imagem a ser usado em todo paciente com
suspeita de tumor de pâncreas.
TC de abdome:
Se detectado
um massa pancreática no US realizar a TC. Permite confirmar e avaliar a
extensão do tumor, para detecção de metástases. É um exame superior ao US para
visualização do pâncreas e do retroperitôneo, sendo utilizado tanto para o
diagnostico quanto para o estadiamento. O achado principal é de uma massa
pancreática.
CPRE (colangeopancreatografia
retrograda endoscópica):
Usada quando a
coledocolitíase não foi afastada ou em casos no qual há necessidade de
descompressão biliar (stent) em pacientes com tumor avançado em com alto risco
cirúrgico. Imagem de ponta de lápis é sugestivo de tumor. É indicada em casos
suspeitos na ausência de massa bem definida na TC de abdome. Permite
diferenciar tumores periampulares e diferenciar câncer de pâncreas de
pancreatite crônica. O sinal de “duplo ducto” é praticamente patognômonico de
câncer de pâncreas.
C19-9
Marcador
sérico do câncer de pâncreas com sensibilidade de 70-82% e especificidade de
68-92%. Pode elevar-se em outras neoplasias e é utilizado para avaliar o
prognostico após o diagnostico e após a cirurgia (tende a reduzir seus níveis
lentamente) e durante a quimioterapia pós-operatória.
Colangio RNM
Alternativa na
impossibilidade de fazer CPRE. Sua limitação é não ter finalidade terapêutica.
Tratamento
O
único tratamento curativo é a ressecção do tumor
Tumores pouco invasivos, localizado na cabeça
do pâncreas ou periampular:
·
Pancreatoduodenectomia (procedimento de Whipple:
ressecção da vesícula biliar, do colédoco, 15 com proximais do jejuno, todo o
duodeno, estomago distal e piloro e cabeça do pâncreas até o nível da artéria
mesentérica superior).
OBS:
pancreatectomia distal é pouco realizada devido ao fato de na maioria das vezes
haver doença avançada
Tumor no colo do pâncreas:
·
Pancreactomia total
Quimioterapia com ou sem radio
complementar: em tumores inoperáveis (paliativa).
OBS: se tem icterícia obstrutiva
deve-se fazer US abdominal sempre. O transplante de pâncreas repõe apenas a
função endócrina do pâncreas.
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