Capítulo 18 – Toxoplasma gondii
INTRODUÇÃO
Toxoplasma gondii é um protozoário de distribuição geográfica mundial,
com alta prevalência sorológica, podendo atingir mais de 60% da população em
determinados países. No entanto, os casos de doença clínica são menos
freqüentes. Nestes, a forma mais grave é encontrada em crianças recém-nascidas,
com altas taxas de morbidade e mortalidade. A toxoplasmose vem apresentando
quadro grave de evolução em indivíduos com o sistema imune gravemente comprometido.
No grupo de risco incluem-se os receptores de órgãos, indivíduos em tratamento
quimioterápico e aqueles infectados com HIV.
A
toxoplasmose é uma zoonose e a infecção é muito frequente em várias espécies de
animais: mamíferos (principalmente carneiro, cabra e porco) e aves. O gato e
alguns outros felídeos são os hospedeiros definitivos e o homem e os outros
animais são os hospedeiros intermediários.
MORFOLOGIA
E HÁBITAT
T. gondii pode ser encontrado em vários tecidos e células
(exceto hemácias) e líquidos orgânicos. Nos felídeos não-imunes podem ser
encontradas as formas do ciclo sexuado nas células do epitélio intestinal,
formas do ciclo assexuado em outros locais do hospedeiro e também formas de
resistência no meio exterior junto com as fezes desses animais. Assim sendo,
o parasito apresenta uma morfologia múltipla, dependendo do hábitat e do
estágio evolutivo. As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo
biológico são: taquizoítos, bradizoítos e esporozoítos. A invasão dessas
formas na célula hospedeira é um processo ativo que requer a motilidade e a
liberação controlada de proteínas e lipídeos das organelas do complexo apical
do parasito. Durante a penetração, há uma visível constrição em volta do
parasito representando um movimento de junção entre a célula hospedeira e as
membranas plasmáticas do parasito. Forma-se o vacúolo parasitóforo, derivado
da membrana do hospedeiro, sendo permeável a moléculas pequenas, tornando a
composição iônica intravacuolar equivalente da célula hospedeiro.
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Depois,
o parasito secreta proteínas dentro do vacúolo parasitóforo, tornando esse
compartimento metabolicamente ativo para o crescimento do hospedeiro.
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/Formas
infectantes:
Taquizoíto: é a forma encontrada durante a fase aguda da
infecção, sendo também denominada forma proliferativa, forma livre ou
trofozoíto. Apresenta-se com a forma grosseira de banana ou meia-lua, com uma
das extremidades mais afilada e a outra arredondada, com o núcleo em posição
mais ou menos central. É uma forma móvel, de multiplicação rápida, por um
processo denominado endodiogenia. Os taquizoítos são pouco resistentes à ação
do suco gástrico.
Bradizoíto: é a forma encontrada em vários tecidos, geralmente
durante a fase crônica da infecção, sendo também denominada cistozoíto. Os bradizoítos
se multiplicam lentamente dentro do cisto, por endodiogenia ou endopoligenia. A
parede do cisto é resistente e elástica, que isola os bradizoítos da ação dos
mecanismos imunológicos do hospedeiro. O tamanho do cisto é variável. Os
bradizoítos podem permanecer viáveis nos tecidos por vários anos.
Oocistos: é a forma de resistência que possui uma parede dupla
bastante resistente às condições do meio ambiente. Os oocistos são produzidos
nas células intestinais de felídeos não-imunes e eliminados imaturos junto com
as fezes. Os oocistos são esféricos e após esporulação no meio ambiente contêm
dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada.
BIOLOGIA
CICLO
BIOLÓGICO
O
ciclo biológico do T. gondii é um
ciclo heteroxeno, no qual os gatos são considerados hospedeiros definitivos por
possuírem um ciclo sexuado nas células epiteliais do intestino e um ciclo assexuado
ocorrendo em outros tecidos. O homem e outros mamíferos, com as aves, são
considerados os hospedeiros incompletos ou intermediários, pois possuem apenas
o ciclo assexuado.
Fase
Assexuada
Um
hospedeiro suscetível ingerindo oocistos maduros contendo esporozoítos,
encontrados em alimentos ou água contaminada, cistos contendo bradizoítos
encontrados na carne crua, ou, mais raramente, taquizoítos eliminados no leite,
poderá adquirir o parasito e desenvolver a fase assexuada. As formas de
taquizoítos que chegam ao estômago serão destruídas, mas as que penetram na
mucosa oral ou inaladas poderão evoluir do mesmo modo que os cistos e oocistos.
Cada
esporozoíto, bradizoíto ou taquizoíto, liberado no tubo digestivo, sofrerá
intensa multiplicação intracelular como taquizoítos após rápida passagem pelo
epitélio intestinal e invadirá vários tipos de célula do organismo formando um
vacúolo parasitóforo onde sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia,
formando novos taquizoítos (fase proliferativa) que irão romper a célula
parasitada, liberando esses taquizoítos que invadirão novas células. Essa disseminação
do parasito no organismo ocorre através de taquizoítos livres na linfa ou no
sangue circulante, que poderão provocar um quadro polissintomático, cuja
gravidade dependerá da quantidade de formas infectantes adquiridas, cepa do
parasito (virulenta ou avirulenta) e da suscetibilidade do hospedeiro. Essa fase
inicial da infecção - fase proliferativa - caracteriza a fase aguda da doença.
Neste
ponto, a evolução poderá ir até a morte do hospedeiro, o que poderá ocorrer em
fetos ou em indivíduos com comprometimento imunológico, ou diminuir e cessar
pelo aparecimento de resposta imune específica. Com o aparecimento da imunidade,
os parasitos extracelulares desaparecem do sangue, da linfa e dos órgãos
viscerais. Alguns parasitos evoluem para a formação de cistos. Essa fase
cística, com a diminuição da sintomatologia, caracteriza a fase crônica. Essa
fase pode permanecer por longo período ou por mecanismos ainda não esclarecidos
inteiramente poderá tornar-se aguda novamente, com sintomatologia semelhante à
primoinfecção.
Fase
Coccidiana
O
ciclo coccidiano ocorre somente nas células epiteliais, principalmente do
intestino delgado de gato e de outros felídeos jovens. Durante o
desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase assexuada (merogonia) e outra
sexuada (garnogonia) do parasito. Por esse motivo, esses animais são
considerados hospedeiros definitivos. Deste modo, um gato jovem e não-imune,
infectando-se oralmente por oocistos, cistos ou taquizoítos, desenvolverá o
ciclo sexuado.
Os
esporozoítos, bradizoítos ou taquizoítos ao penetrarem nas células do epitélio
intestinal do gato sofrerão um processo de multiplicação por endodiogenia e
esquizogonia, dando origem a vários merozoítos. O conjunto desses merozoítos
formados dentro do vacúolo parasitóforo da célula é denominado meronte ou
esquizonte maduro. O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que
penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas
masculinas ou femininas: os gametófitos ou gamontes, que após um processo de
maturação formarão os gametas masculinos móveis - microgametas (com dois
flagelos) e femininos imóveis - macrogametas. O macrogameta permanecerá dentro
de uma célula epitelial, enquanto os microgametas móveis sairão de sua célula e
irão fecundar o macro-gameta, formando o ovo ou zigoto. Este evoluirá dentro do
epitélio, formando uma parede externa dupla, dando origem ao oocisto. A célula
epitelial sofrerá rompimento em alguns dias, liberando o oocisto ainda imaturo.
Esta forma alcançará o meio exterior com as fezes. A sua maturação no meio
exterior ocorrerá por um processo denominado esporogonia, após um período de
cerca de quatro dias, e apresentará dois esporocistos contendo quatro esporozoítos
cada. O gato jovem é capaz de eliminar oocistos durante um mês, aproximadamente.
O oocisto, em condições de umidade, temperatura e local sombreado favorável, é
capaz de se manter infectante por cerca de 12 a 18 meses.
O
tempo decorrido entre a infecção e o aparecimento de novos oocistos nas fezes dos
felídeos (período pré-patente) dependerá da forma ingerida. Este período será
de três dias, quando a infecção ocorrer por cistos, 19 dias ou mais, por
taquizoitos e 20 ou mais dias, por oocistos.
TRANSMISSÃO
A infecção
pelo T. gondii constitui uma das
zoonoses mais difundidas no mundo. Os mecanismos de transmissão devem ocorrer através
de várias formas do parasito: oocistos em fezes de gato jovem infectado, cistos
presentes em carnes e taquizoítos no sangue atingindo a placenta.
O
ser humano adquire a infecção por três vias principais:
1)
Ingestão de oocistos presentes em alimento ou água contaminadas.
2)
Ingestão de cistos encontrados em carne crua ou mal cozida, especialmente do
porco e do carneiro. Os cistos resistem por semanas ao frio, mas o congelamento
a 12° C ou o aquecimento acima de 67° C os mata.
3)
Congênita ou transplacentária: o risco da transmissão uterina cresce de 14% no
primeiro trimestre da gestação após a infecção materna primária, até 59% no último
trimestre da gestação. É interessante esclarecer que as mulheres que apresentam
sorologia positiva antes da gravidez têm menos chance de infectar seus fetos do
que aquelas que apresentarem a primoinfecção durante a gestação.
Mais
raramente pode ocorrer ingestão de taquizoítos em leite contaminado ou saliva, acidente
de laboratório, transmissão por transplante de órgãos infectados etc.
Em
vista das possíveis anomalias que podem ocorrer no feto, a transmissão
congênita é a mais grave. As vias de infecção mais prováveis para o feto são:
Transplacentária: quando a gestante adquire a toxoplasmose durante a
gravidez apresentando a fase aguda da doença, poderá transmitir T. gondii ao feto, tendo os taquizoitos
como forma responsável.
Rompimento
de cistos no endométrio: apesar da
gestante apresentar a doença na fase crônica, alguns cistos localizados no
endométrio poderiam, em raras situações, se romper liberando os bradizoítos que
penetrariam no feto.
IMUNIDADE
As
respostas imunes de um hospedeiro a toxoplasmose são complexas e envolvem
mecanismos humoral e celular.
Quando
um hospedeiro se infecta com o parasito, ocorre a multiplicação na porta de
entrada e logo em seguida ocorre a sua disseminação por todo o organismo
através das vias linfática e sanguínea. Durante este período, inicia-se a
formação de anticorpos específicos e o desenvolvimento de mecanismos imunes
celulares que são responsáveis pela destruição dos taquizoítos extracelulares.
Como consequência, durante a fase crônica da toxoplasmose, somente os
bradizoítos persistem e são responsáveis pela manutenção de títulos sorológicos
que podem durar toda a vida do hospedeiro.
Imunidade
humoral
A
produção de imunoglobulinas da classe IgM aparece inicialmente seguida de IgG,
após a infecção do hospedeiro. As imunoglobulinas da classe IgG podem ser detectadas
pelas reações sorológicas dentro de oito a 12 dias após a infecção pelo T. gondii. A produção de IgM geralmente
é de curta duração. A pesquisa de IgM em recém-nascidos é utilizada para o diagnóstico
de toxoplasmose congênita, pois, não atravessa a placenta e quando presente no soro
indica a produção pelo próprio feto, em resposta a uma infecção pelo T. gondii. A infecção, via oral, em alguns
hospedeiros pode induzir formação de anticorpos IgA.
Imunidade
celular
Quando
se inicia a infecção de T. gondii, os
taquizoítos atingem o interior de células onde se multiplicam. A multiplicação
do parasito em macrófagos é inibida quando ocorre a fusão entre fagossomos e lisossomos.
Os taquizoítos estimulam os macrófagos a produzir interleucina (IL- 12) que por
sua vez ativa as células natural killer (NK) e células T para a produção do
interferon-γ (IFN-γ) que são essenciais para a resistência. IFN-γ e fator de
necrose tumoral (TNF) agem sinergisticamente para mediar a morte dos
taquizoítos pelos macrófagos. A combinação dessas duas citocinas resulta numa
grande produção de óxido nítrico (NO), os quais podem efetuar a morte dos
parasitos. Entre as populações de células T, CD8+ são consideradas as células
efetoras maiores, responsáveis pela proteção contra T. gondii, com as células CD4+ atuando em sinergismo.
PATOGENIA
A patogenia
na espécie humana parece estar ligada a alguns fatores importantes, como cepa
do parasito, resistência da pessoa e o modo pelo qual ela se infecta.
Entretanto, a transmissão congênita é frequentemente a mais grave, e a
toxoplasmose adquirida após o nascimento pode apresentar uma evolução variável.
Com
o uso de quimioterapia para transplante de órgãos e da medula óssea e, com o surgimento
de sindrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), a incidência de infecção
oportunística por T. gondii tem
aumentado, principalmente nas duas últimas décadas, apresentando quadros muito
graves desta doença, especialmente no sistema nervoso central.
TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA OU PRÉ-NATAL
Para
que se instale uma toxoplasmose congênita é necessário que a mãe esteja na fase
aguda da doença ou tenha havido uma reagudização da mesma durante a gravidez.
As consequências da toxoplasmose matema para o feto dependerão do grau de
exposição do feto aos toxoplasmas, da virulência da cepa, da capacidade dos
anticorpos matemos protegerem o feto e do período da gestação. Assim sendo, as
gestantes na fase aguda da doença podem abortar o feto, produzir partos
precoces ou a termo, dando origem a crianças sadias ou apresentando anomalias
graves e até mesmo levar a morte.
As
alterações ou lesões fetais mais comuns devido à toxoplasmose na gravidez
variam conforme o período da gestação:
- Primeiro trimestre
da gestação: aborto (dados estatísticos indicam que a frequência de aborto
é dez vezes maior em gestantes com sorologia positiva do que nas normais).
- Segundo trimestre da
gestação: aborto ou nascimento prematuro, podendo a criança apresentar-se
normal ou já com anomalias graves, típicas (descritas por Sabin e citadas
a seguir).
- Terceiro trimestre
da gestação: a criança pode nascer normal e apresentar evidências da
doença alguns dias, semanas ou meses após o parto. Nesta situação, a toxoplasmose
pode ser multiforme, mas em geral há um comprometimento ganglionar
generalizado, hepatoesplenomegalia, edema, miocardite, anemia, trombocitopenia
e lesões oculares, as quais são patognomônicas. Taquizoítos atingem a coroide
e a retina, provocam inflamação e degeneração em graus variáveis que, ao
exame oftalmológico, recebe o nome de "foco em roseta". Algumas
vezes, essa infecção congênita da retina não provocará alterações no
recém-nascido, uma vez que mecanismos imunes determinam o encistamento das
formas. Posteriormente, já na idade adulta, poderá haver uma eventual
reagudização das formas latentes, levando a uma toxoplasmose ocular (de
origem intra-uterina). Outras alterações oculares que também podem ocorrer
são: microftalmia, nistagmo, estrabismo, catarata e irite.
Portanto,
a toxoplasmose congênita é uma das formas mais graves da doença, em geral
provocando sintomas variados, mas comumente enquadrados dentro da "síndrome
ou tétrade de Sabin":
- coriorretinite (90%
dos casos);
- calcificações
cerebrais (69%);
- perturbações
neurológicas – retardamento psicomotor (60%);
- alterações do volume
craniano – micro ou macrocefalia (50% dos casos).
TOXOPLASMOSE
PÓS-NATAL
A
toxoplasmose pós-natal pode apresentar desde casos benignos ou assintomáticos (a
grande maioria) até casos de morte. Entre esses dois extremos, há uma variada
gama de situações, dependendo da localização do parasito:
Ganglionar
ou Febril Aguda: é a forma mais
frequente, encontrada tanto em crianças como em adultos. Há um comprometimento
ganglionar, generalizado ou não, com febre alta. Geralmente é de curso crônico
e benigno, podendo às vezes levar a complicações de outros órgãos.
Ocular: a retinocoroidite é a lesão mais frequentemente
associada à toxoplasmose. É consequência de uma infecção aguda com a presença
de taquizoítos ou crônica com a presença de cistos contendo bradizoítos
localizados na retina. A toxoplasmose ocular ativa consiste em um foco
coagulativo e necrótico bem definido da retina. Antígenos de T. gondii são frequentemente detectados
em áreas de necrose. As lesões podem evoluir para uma cegueira parcial ou total
ou podem se curar por cicatrização. Cistos teciduais podem estar presentes na
borda da cicatriz.
Cutânea
ou Exantemática: forma lesões
generalizadas na pele. Raramente encontrada.
Cerebroespinhal
ou Meningorencefálica: os parasitos,
atacando as células nervosas, provocarão lesões focais múltiplas,
principalmente no hemisfério cerebral (área frontoparietal) ou no gânglio basal
e cerebelo. Como conseqüência, podem causar cefaléia, febre, anomalias focais
manifestando hemiparesia (paralisia) leve até perda da capacidade de
coordenação muscular, confusão mental, convulsões, letargia, que pode progredir
para estupor, coma, até a morte.
Generalizada: é uma forma rara, mas de evolução mortal em
indivíduos com resposta imune normal. Em imunodeficientes, têm sido registrados
alguns casos de toxoplasmose sistêmica, com comprometimento meningoencefálico,
miocárdico, pulmonar, ocular, digestivo e até testicular.
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico da toxoplasmose pode ser clínico ou laboratorial. O diagnóstico
clínico não é fácil de se realizar, pois
os casos agudos podem levar a morte ou evoluir para a forma crônica. Esta pode se
manifestar assintomaticamente ou então se assemelhar a outras doenças.
Portanto, a suspeita clínica deverá ser confirmada por meio de diagnóstico
laboratorial.
Demonstração
do Parasito
Em
geral, é obtida durante a fase aguda, em líquido amniótico, sangue etc; sendo o
taquizoíto a forma encontrada. Na fase crônica, a biópsia de diversos tecidos
poderá acusar a presença de cistos.
Testes
sorológicos ou imunológicos
Os
testes imunológicos indicam o título (diluição do soro sanguíneo) de anticorpos
circulantes correspondentes a fase da doença. Existem diversos testes
imunológicos:
- Teste do corante ou
reação de Sabin Feldman (RSF): é um excelente método para diagnóstico
individual na fase aguda ou crônica da doença. É muito sensível,
detectando anticorpos no soro com
diluições de até 1:16.000. A negativação ocorre somente alguns anos após a
cura do paciente. É espécie-específica e não cruza com outras doenças.
- Reação de
imunofluorescência indireta (RIF): é um dos melhores métodos, sensível e
seguro para o diagnóstico da toxoplasmose, podendo ser usada tanto na fase
aguda (pesquisa de IgM) como na fase crônica (pesquisa de IgG). Oito a dez
dias após o início da infecção humana, o anticorpo pode ser detectável e
um titulo de 1:1.000 já indica toxoplasmose
aguda. Títulos baixos, persistentes, indicam infecção crônica.
- Hemaglutinação
indireta (HA): excelente método de diagnóstico, devido a sua alta
sensibilidade e simplicidade de execução. Entretanto, é inadequado para o
diagnóstico precoce e frequentemente não, detecta toxoplasmose congênita
em recém-nascidos.
- Imunoensaio enzimático
ou teste ELISA: tem se tornado um dos testes mais usados atualmente. É
capaz de detectar anticorpos IgM e IgA, além de IgG de baixa avidez.
- Imunoblot: é
realizada a eletroforese dos antígenos.
Toxoplasmose
congênita
O
método de escolha é a pesquisa dos anticorpos do tipo IgM no soro do
recém-nascido. Esse anticorpo é incapaz de atravessar a placenta materna,
enquanto os anticorpos do tipo IgG são
capazes de atravessar passivamente a placenta de uma mãe com sorologia
positiva.
Toxoplasmose
no adulto
Devem
ser realizados testes sorológicos, a intervalos de duas a três semanas, verificando-se
as alterações dos títulos das reações. Em gestantes, é frequente uma ligeira
elevação do título sem haver a doença. Quando essa elevação for quatro vezes
maior que a dosagem anterior, haverá indicação de toxoplasmose ativa.
Anticorpos IgM, IgA ou IgG de baixa avidez também podem indicar infecção aguda.
Toxoplasmose
ocular
Através
de uma parecentese, colhem-se 150 a 250 ml do humor aquoso e faz-se, por meio
de imunodifusão, o teste sorológico para toxoplasmose (pesquisa de IgG). Faz-se
a reação de imunofluorescência ou hemaglutinação para toxoplasmose com o soro
sanguíneo do mesmo paciente. Compara-se o título e a concentração de imunoglobulina
no humor e no soro sanguíneo, por meio de uma fórmula própria. Se a alteração
ocular for causada por T. gondii há
mais de 30 dias, a concentração relativa de anticorpos específicos deverá ser
maior no humor ocular.
Toxoplasmose
em indivíduos imunodeficientes
Recomenda-se
que sejam realizados testes sorológicos anti-IgG em pacientes de risco. É
importante a verificação da soropositividade no paciente, mas não o aumento do
título, pois em alguns pacientes os títulos de IgG podem ser muito baixos. Ao
mesmo tempo, recomenda-se a utilização da tomografia computadorizada para a
localização de lesões cerebrais.
EPIDEMIOLOGIA
Sabe-se
que tanto os gatos domésticos, como os selvagens são os únicos animais que
podem realizam o ciclo sexuado, eliminando após a primoinfecção cerca de 100 milhões
de oocistos imaturos nas fezes. Além disso, o carnivorismo (ingestão de carne
contendo taquizoítos ou bradizoítos) e a disseminação de oocistos na água,
alimentos por insetos etc. interferem na
ampla distribuição desse protozoário.
Praticamente
todos os mamíferos e aves são suscetíveis, tendo sido assinalados no Brasil
infecções de gatos, suínos, bovinos, ovinos, equinos e caprinos. Não se conhece
nenhum artrópode transmissor, mas moscas e baratas podem, eventualmente,
veicular alguns oocistos nas patas. Animais silvestres também têm apresentado
soropositividade para toxoplasmose, como felídeos, marsupiais, primatas e roedores.
A
transmissão para os seres humanos parece ocorrer principalmente por três vias:
1) Ingestão de oocistos presentes na água, alimentos,
solo, areia, jardins, latas de lixo ou qualquer lugar contaminado com fezes de
gato ou cujos oocistos foram disseminados por artrópodes etc. Os oocistos
maduros têm grande importância epidemiológica, pois já foi comprovado que podem
permanecer viáveis no solo úmido sombreado, durante 12 a
18 meses.
2) Ingestão de cistos presentes em carnes de aves, suínos,
ovinos, caprinos ou bovinos, quando servidas cruas ou malcozidas.
3) Transplacentária por taquizoítos durante a fase aguda
ou, mais raramente, pela reativação da infecção nas mulheres grávidas.
PROFILAXIA
- Não se alimentar de
carne crua ou malcozida de qualquer animal ou leite cru.
- Controlar a
população de gatos nas cidades e em fazendas.
- Os criadores de gatos
devem manter os animais dentro de casa e alimentá-los com carne cozida ou
seca, ou com ração de boa qualidade.
- Incinerar todas as
fezes dos gatos.
- Proteger as caixas
de areia para evitar que os gatos defequem nesse local.
- Recomenda-se o exame
pré-natal para toxoplasmose em todas as gestantes.
- Tratamento com
espiramicina das grávidas em fase aguda (IgM ou IgA positivas).
- Desenvolvimento de
vacinas: vacinas com subunidades do parasito, adequadas para combater a
toxoplasmose nos seres humanos têm
sido desenvolvidas, porém sem nenhum resultado preventivo concreto
até o momento.
TRATAMENTO
Ainda
não existe um medicamento eficaz contra a toxoplasmose, na fase crônica da
infecção. As drogas utilizadas atuam contra taquizoítos, mas não contra os
cistos. Como a maioria das pessoas com sorologia positiva não apresenta a
doença, e pelo fato de as drogas empregadas serem tóxicas em usos prolongados,
recomenda-se o tratamento apenas dos casos agudos, da toxoplasmose ocular e dos
indivíduos imunodeficientes com toxoplasmose de qualquer tipo ou fase.
Os
medicamentos usados são:
-
Associação de
pirimetamina (Daraprim) com a sulfadiazina ou a sulfadoxina (Fansidar).
-
Toxoplasmose
ocular: a terapêutica é baseada principalmente na administração de um
antiinflamatório (Meticorten) e
antiparasitários.
-
Encefalite em
aidéticos: associação de pirimetamina e sulfadiazina ou clindamicina.
-
A reativação de
infecções latentes pode ser prevenida com o uso profilático de Trirnetoprim e suldametoxazol.
Muito boa essa página, uma verdadeira escola.
ResponderExcluirObrigado pela visita ! Volte sempre !
ExcluirMatéria completa.parabéns!
ResponderExcluirMatéria completa.parabéns!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom artigo, parabens!
ResponderExcluirSou Trisha Nelson, dos EUA. Contraí o HIV 4 anos atrás, meu médico me disse que não há cura possível para o HIV / AIDS. Comecei a tomar meus ARVs, meu CD4 era de 77 e a carga viral era de 112.450. Eu pesquisei um remédio de ervas e vi o Dr. James Herbal remédio misto, também vi muitos depoimentos sobre ele sobre como ele usa Seu remédio de ervas fortes para curar HIV / AIDS e outras doenças. Entrei em contato com ele e contei-lhe meus problemas, ele me disse para não me preocupar mais que eu me beneficiasse e me curasse de seu fitoterápico para HIV / Aids. Nunca duvidei Dele porque acreditava que serei curado, pois a natureza tem o poder de curar todos os tipos de doenças quando o fitoterápico é usado nas proporções certas. Ele preparou sua bebida à base de ervas e me mandou pelo serviço de correio Speed, e eu tomei por 3 semanas de manhã e à noite em uma quantidade que ele me disse, depois disso, fui fazer um check-up e fiquei curado do HIV . Sua mistura de ervas NÃO TEM EFEITO COLATERAL E É FÁCIL DE BEBER, não há dieta especial quando se toma a mistura de ervas do Dr. James. Ele me disse que conseguiu curas para doenças como doença de Alzheimer, câncer, transtorno bipolar, herpes, hepatite, esquizofrenia, fibromialgia. Doença de Dupuytren, Neoplásica, Diabetes, Doença celíaca, Antipatia Amilóide Cerebral, HPV, Ereção Fraca, Removedor de Verrugas. Ataxia, Artrite, Esclerose Lateral Amiotrófica, Carcinoma Adrenocortical. Asma, Alérgica, Removedor de verrugas, Melanoma, Parkinson, dermatite peitoral, tireóide, HPV, ALS, DOENÇAS RENAS, SHINGLES. Pile, você pode entrar em contato com ele em seu endereço de e-mail @ drjamesherbalmix@gmail.com
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