Plasmodium – Malária
INTRODUÇÃO
Apesar
de muito antiga, a malária continua sendo um dos principais problemas de saúde
pública no mundo. Estima-se que a doença afeta cerca de 300 milhões de pessoas nas
áreas subtropicais e tropicais do planeta, resultando em mais de um milhão de
mortes a cada ano, na grande maioria, crianças.
Também
conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão, a
malária foi primeiramente citada na era Pré-cristã, por Hipócrates. Foi ele
quem descreveu as suas características de ocorrência sazonal e de febre com
padrão paroxístico e intermitente.
A
partir do conhecimento do ciclo de vida do parasito, diferentes estratégias de
ataque à doença têm sido propostas, visando a interrupção de sua transmissão.
Entre elas destaca-se o Programa de Erradicação da Malária, proposto em 1955
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente a OMS possui um plano de
ação iniciado em 1995, denominado Estratégia Global da Malária.
AGENTE
ETIOLÓGICO
Os
parasitos causadores de malária pertencem ao filo Apicomplexa, família Plasmodiidae
e ao gênero Plasmodium. Atualmente
são conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros
vertebrados. Destas, apenas quatro espécies parasitam o homem: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale.
Este último ocorre apenas em regiões restritas do continente africano.
ETIOLOGLA
CICLO
BIOLÓGICO DOS PLASMÓDIOS HUMANOS
Hospedeiro
Vertebrado – Humanos
A
infecção malárica inicia-se quando esporozoítos infectantes são inoculados nos
humanos pelo inseto vetor. Durante um repasto sanguíneo infectante,
aproximadamente 15 a 200 esporozoítos são inoculados sob a pele do hospedeiro,
permanecendo ali por cerca de 15 minutos antes de alcançarem a corrente sanguínea.
Os esporozoítos são móveis, apesar de não apresentarem cílios ou flagelos. Essa
motilidade está intimamente associada a reorientação de proteínas na superfície
do parasito.
Recentemente
foi demonstrado que esporozoítos de Plasmodium
podem entrar em células hospedeiras sem nelas se desenvolverem. Isto propicia a
sua migração por diferentes células, antes que ocorra a infecção de um
hepatócito, com consequente formação de um vacúolo parasitóforo. Entretanto,
somente no hepatócito se processa o desenvolvimento parasitário, cerca de 30
minutos após a infecção. A eficiência da invasão e a especificidade da
célula-alvo sugerem a participação de moléculas do parasito e receptores
específicos na superfície da célula hospedeira.
Após
invadir o hepatócito, os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos.
Estes se multiplicam por reprodução assexuada do tipo esquizogonia, dando
origem aos esquizontes teciduais e posteriormente a milhares de merozoítos que
invadirão os eritrócitos. Esta primeira fase do ciclo é denominada
exo-eritrocítica, pré-eritrocítica ou tissular e, portanto, precede o ciclo
sanguíneo do parasito. O desenvolvimento nas células fígado requer aproximadamente
uma semana para o P. falciparum e P. vivax e cerca de duas semanas para o P. malariae. Nas infecções por P. vivax e P. ovale, o mosquito vetor inocula populações geneticamente
distintas de esporozoítos: algumas se desenvolvem rapidamente, enquanto outras
ficam em estado de latência no hepatócito, sendo por isso denominadas
hipnozoítos. Estes hipnozoítos são responsáveis pelas recaídas tardias da
doença, que ocorrem após períodos variáveis de incubação, em geral dentro de
seis meses para a maioria das cepas de P.
vivax. As recaídas são, portanto, ciclos pré-eritrocíticos e eritrocíticos consequentes
da esquizogonia tardia de parasitos dormentes no interior dos hepatócitos.
O
ciclo eritrocítico inicia-se quando os merozoítos tissulares invadem os
eritrócitos. A interação dos merozoítos com o eritrócito envolve o reconhecimento
de receptores específicos. Para o P. falciparum,
o principal receptor são as glicoforinas (glicoproteínas presentes no
eritrócito) e para o P. vivax, a
glicoproteína do grupo sanguíneo Duffy. Além disso, o P. vivax invade apenas reticulócitos, enquanto o P. falciparum invade hemácias de todas
as idades. Já o P. malariae invade
preferencialmente hemácias maduras. Essas características têm implicações
diretas sobre as parasitemias verificadas nas infecções causadas pelas
diferentes espécies de plasmódios.
O
desenvolvimento intra-eritrocítico do parasito se dá por esquizogonia, com
consequente formação de merozoítos que invadirão novos eritrócitos. Depois de
algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios
sexuados, os gametócitos, que não mais se dividem e que seguirão o seu
desenvolvimento no mosquito vetor, dando origem aos esporozoítos. O ciclo
sanguíneo se repete sucessivas vezes, a cada 48 horas, nas infecções pelo P. falciparum, P. vivax e P. ovale, e a
cada 72 horas, nas infecções pelo P.
malariae.
A
fonte de nutrição de trofozoítos e esquizontes sanguíneos é a hemoglobina,
porém alguns componentes metabólicos necessários ao seu desenvolvimento são
procedentes do plasma: glicose, metionina, biotina, certas purinas e pirimidinas,
fosfato e ácido paraminobenzóico (PABA). A ingestão da hemoglobina se faz
através de uma organela especializada, o citóstoma. A digestão ocorre dentro de
um vacúolo digestivo, com a formação do pigmento malárico.
Hospedeiro
Invertebrado – Inseto
Durante
o repasto sanguíneo, a fêmea do anofelino ingere as formas sanguíneas do
parasito, mas somente os gametócitos serão capazes de evoluir no inseto,
dando origem ao ciclo sexuado ou esporogônico. No intestino médio do
mosquito, fatores como temperatura inferior a 30°C e aumento do pH por baixa
pressão de CO2 estimulam o processo de gametogênese (gametócitos
se transformam em gametas extracelulares) poucos minutos após a ingestão do
sangue. O gametócito feminino transforma-se em macrogameta e o gametócito masculino
dá origem a oito microgametas. Em 20-30 minutos, um microgameta fecundará um
macrogameta, formando o ovo ou zigoto. Dentro de 24 horas após a fecundação,
o zigoto passa a movimentar-se por contrações do corpo, sendo denominado
oocineto. Este atravessa a matriz peritrófica (membrana que envolve o
alimento) e atinge a parede do intestino médio, onde se encista na camada
epitelial do órgão, passando a ser chamado oocisto.
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Inicia-se
então o processo de divisão esporogônica e, após um período de nove a 14
dias, ocorre a ruptura da parede do oocisto, sendo liberados os esporozoítos
formados durante a esporogonia. Estes serão disseminados por todo o corpo do
inseto através da hemolinfa até atingir as células das glândulas salivares.
Estes esporozoítos atingirão o canal central da glândula e ingressarão no
ducto salivar para serem injetados no hospedeiro vertebrado, juntamente com a
saliva, durante o repasto sanguíneo infectante.
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HÁBITAT
No
homem, as formas infectantes, os esporozoítos, circulam brevemente na corrente
sanguínea. Na etapa seguinte o parasito se desenvolve no interior do hepatócito
e, posteriormente, nos eritrócitos. No inseto vetor, as diferentes formas
evolutivas desenvolvem-se sucessivamente no interior da matriz peritrófica, no
epitélio médio, na hemolinfa e nas glândulas salivares.
TRANSMISSÃO
A
transmissão natural da malária ao homem se dá quando fêmeas de mosquitos
anofelinos (gênero Anopheles),
parasitadas com esporozoítos em suas glândulas salivares, inoculam estas formas
infectantes durante o repasto sanguíneo. As fontes de infecção humana para os
mosquitos são pessoas doentes ou mesmo indivíduos assintomáticos, que albergam formas
sexuadas do parasito.
Apesar
de infrequente, a infecção malárica pode ser transmitida acidentalmente, como
resultado de transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas contaminadas e
acidentes em laboratório. A infecção congênita tem sido raramente descrita.
MORFOLOGIA
Os
plasmódios variam individualmente em tamanho, forma e aparência, de acordo com
o seu estágio de desenvolvimento e com suas características específicas. As
formas evolutivas extracelulares, capazes de invadir as células hospedeiras
(esporozoítos, merozoítos, oocineto), possuem um complexo apical formado por
organelas conhecidas como roptrias e micronemas, diretamente envolvidas no
processo de interiorização celular. Apresentam uma membrana externa simples e
uma membrana interna dupla.
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Esporozoíto: é alongado e apresenta núcleo central único. Sua
membrana é formada por duas camadas sendo a mais externa formada
principalmente pela proteína CS, a qual participa de diversas interações celulares
durante o ciclo vital do parasito.
Forma
exo-eritrocítica: após a penetração
do esporozoíto no hepatócito, ocorre a perda das organelas do complexo apical
e o parasito se toma arredondado. Esta forma é chamada trofozoíto e após
sucessivas divisões celulares dará origem ao esquizonte tissular (ou
criptozoíto).
Merozoíto: são células similares e capazes de invadir somente
hemácias. Estruturalmente, assemelham-se aos esporozoítos, sendo porém
menores e arredondados, e tendo uma
membrana externa composta por três camadas.
Formas
eritrocíticas: compreendem os
estágios de trofozoítos jovem, trofozoíto maduro, esquizonte e gametócitos.
Microgameta: célula flagelada originária do processo de
exflagelação, sendo constituída de uma membrana que envolve o núcleo e o
único flagelo.
Macrogameta: célula que apresenta uma estrutura proeminente na superfície,
por onde se dá a penetração do microgameta (fecundação).
Oocineto: forma alongada de aspecto vermiforme, móvel,
contendo núcleo volumoso e excêntrico.
Oocisto: estrutura esférica. Apresenta grânulos pigmentados
em seu interior e está envolto por uma cápsula.
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P.
falciparum
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P. vivax
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P. malariae
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IMUNIDADE
Resistência
inata
A
resistência inata é uma propriedade inerente do hospedeiro e independe de qualquer
contato prévio com o parasito. Pode ser absoluta, quando protege completamente
o indivíduo da doença, ou relativa nos casos em que, mesmo havendo o
desenvolvimento do parasito, o processo infeccioso é autolimitado. Fatores do
hospedeiro, geneticamente determinados, podem influenciar a sua suscetibilidade
a malária. A ausência de receptores específicos na superfície dos eritrócitos
impede a interação de merozoítos.
Algumas
populações negras africanas que não apresentam o antígeno de grupo sanguíneo
Duffy são resistentes a infecção pelo P.
vivax, o que explica a raridade deste tipo de malária em certas regiões da África.
Certos
polimorfismos genéticos estão associados a distribuição mundial de malária por P. falciparum, como na anemia
falciforme. Nos eritrócitos falciformes, o nível de potássio intracelular está
diminuído em virtude da baixa afinidade da hemoglobina S pelo oxigênio, o que
causa a morte do parasito. Talssemias, ou seja, proporções anormalmente
elevadas de cadeias gama ou delta, substituindo a cadeia beta da hemoglobina,
também podem impedir o desenvolvimento parasitário no interior do eritrócito.
Imunidade
adquirida
Nas
áreas de alta transmissão, onde o P.
falciparum é predominante, os recém-nascidos são protegidos de malária
grave durante os três primeiros meses de vida. A transferência passiva de
anticorpos IgG da mãe imune para o filho é considerada um dos principais
fatores responsáveis pela resistência do recém-nascido. Outros fatores também
podem estar envolvidos, como a presença de eritrócitos contendo grandes
quantidades de hemoglobina fetal (HbF), gerando um microambiente desfavorável
ao crescimento parasitário. Após este período, as crianças são altamente
suscetíveis a malária grave, sendo frequentes as infecções fatais durante os
dois a três primeiros anos de vida. Com o aumento da idade, as crianças sofrem
progressivamente menos episódios de malária, embora possam apresentar altas parasitemias,
na ausência de sintomas. Atingindo a idade adulta, os sintomas clínicos da
doença são menos pronunciados e os níveis de parasitos sanguíneos muito baixos,
refletindo, então, o desenvolvimento de uma imunidade "antiparasito",
também denominada premunição. O processo tem características definidas, que
podem ser assim resumidas:
-
estado imune
adquirido lentamente, após anos de exposição em áreas de intensa transmissão;
-
imunidade
não-esterilizante que mantém níveis de parasitemia abaixo de um limiar de
patogenicidade, determinando infecções assintomáticas;
-
imunidade
dependente de exposição contínua ao parasito, sendo perdida por indivíduos
imunes após cerca de um ano, na ausência de exposição;
-
equilíbrio
suprimido durante a gravidez, principalmente na primigesta.
Em
áreas com baixos níveis de transmissão, crianças e adultos são igualmente
acometidos e a malária grave por P.
falciparum ocorre principalmente quando o diagnóstico é tardio. Pelas
características migratórias da população exposta, indivíduos não-imunes, de
diferentes idades, podem ser suscetíveis a inoculação de esporozoítos,
seguindo-se, na quase totalidade dos casos, doença clínica de intensidade
variável e, frequentemente, vários episódios sucessivos de malária.
MECANISMOS
DA RESPOSTA IMUNE ADQUIRIDA
Durante
a fase aguda da malária é desencadeada uma potente resposta imune dirigida
contra os diferentes estágios evolutivos do parasito. Assim, sabe-se que a
imunidade naturalmente adquirida é espécie-específica e também estágio-específica.
Os
esporozoítos induzem uma resposta imune que resulta na produção de anticorpos
dirigidos contra antígenos de sua superfície, em particular contra a proteína
CS.
Durante
a fase de desenvolvimento intra-hepático, os mecanismos celulares parecem atuar
diretamente através da citoxicidade de linfócitos ou indiretamente através de
citocinas, como o interferon gama (IFN-γ), interleucinas (IL) 1 e 6, e o fator de necrose
tumoral alfa (TNF-α).
Dentre
os mecanismos imunes envolvidos na premunição, a IgG presente nos soros de adultos
imunes (área hiperendêmica) é capaz de controlar a infecção por P. falciparum em crianças, reduzindo a
parasitemia e protegendo-as de doença grave. Os mecanismos que estão envolvidos
são: (1) participação de anticorpos opsonizantes que promovem a fagocitose de
eritrócitos infectados; e (2) participação de anticorpos citofílicos que se
ligam a monócitos e promovem a liberação de TNF-α, que inibirá o crescimento do
parasito intra-eritrocítico.
PATOGENIA
Apenas
o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clínicas e
patologia da malária. A destruição dos eritrócitos e a consequente liberação
dos parasitos e de seus metabólitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro,
determinando alterações morfológicas e funcionais observadas no indivíduo com
malária. Os possíveis mecanismos determinantes das diferentes formas clínicas
da doença baseiam-se, fundamentalmente, na interação dos seguintes fenômenos
patogênicos:
- destruição dos
eritrócitos parasitados;
- toxicidade
resultante da liberação de citocinas;
- sequestro dos
eritrócitos parasitados na rede capilar, no caso específico do P. falciparum;
- lesão capilar por
deposição de imunocomplexos, no caso do P. malariae.
Destruição
dos eritrócitos parasitados
O
processo de destruição dos eritrócitos está presente em todos os tipos de
malária e em maior ou menor grau participam do desenvolvimento da anemia.
Entretanto, na maior parte dos casos, a anemia não se correlaciona com a parasitemia,
indicando que a sua gênese seja devida a outros fatores, como (1) destruição de
eritrócitos não-parasitados pelo sistema imune ou por aumento da
eritrofagocitose esplênica; (2) participação de auto-anticorpos com afinidades
tanto para o parasito como para o eritrócito; e (3) disfunção da medula óssea
estimulada por ação de citocinas (diseritropoiese).
Toxicidade
resultante da liberação de citocinas
Durante
a fase aguda da malária, ocorrem ativação e mobilização de células imunocompetentes
que produzem citocinas que agirão direta ou indiretamente sobre o parasito, mas
que podem ser nocivas para o hospedeiro. Podem provocar febre e induzir a liberação
de citocinas (fator de necrose tumoral – TNF e interleucinas - IL-1, IL-6 e IL-8)
que estão associadas a muitos dos
sintomas da malária aguda, particularmente a febre e o mal-estar.
A
concentração de TNF-α está elevada tanto na malária causada por P. vivax quanto a por P. falciparum. Acredita-se que o TNF-α atue
de forma direta sobre o endotélio e, de forma indireta, induzindo moléculas de
citoaderência. Como consequência da lesão endotelial, pode haver extravasamento
de líquido para o espaço intersticial de alvéolos e glomérulos, produzindo manifestações
de malária grave pulmonar e renal, respectivamente.
Outras
ações tóxicas incluem inibição da gliconeogênese, responsável pela
hipoglicemia, além de efeitos sobre a placenta, responsáveis pela gravidade da
malária na gestação, tanto para a mãe quanto para o feto. Além disso, aumentam
a produção de óxido nítrico, um potente
inibidor da função celular que está implicada na patogenia de algumas
complicações da malária grave, principalmente o coma.
Sequestro
dos eritrócitos parasitados na rede capilar
Durante
o desenvolvimento esquizogônico sanguíneo, o P. falciparum induz uma série de modificações na superfície da
célula parasitada, que permitem a sua adesão à parede endotelial dos capilares.
Este fenômeno de citoaderência é mediado por proteínas do parasito expressas na
superfície dos eritrócitos infectados. A citoaderência endotelial e o fenômeno
de formação de rosetas ocorrem principalmente nas vênulas do novelo capilar de
órgãos vitais (substância branca do cérebro, coração, fígado, rins, intestino).
Dependendo da intensidade, podem levar a obstrução da microcirculação e
consequente redução do fluxo de oxigênio, ao metabolismo anaeróbico e a acidose
láctica. São alvos dessa agressão o cérebro, os rins e o figado, cujos danos
são responsáveis pelas complicações de malária cerebral, insuficiência renal
aguda e hepatite, tão comuns nos quadros de malária grave. Pode ocorrer ainda
lesão no endotélio vascular, alterando a permeabilidade e desencadeando a
cascata de coagulação. O sequestro de eritrócitos parasitados representa um
mecanismo de escape evitando sua destruição no baço.
Lesão
capilar por deposição de imunocomplexos
Em
infecções crônicas por P. malariae, há deposição de imunocomplexos e
componentes do complemento nos glomérulos, alterando a sua permeabilidade e
induzindo perda maciça de proteína. A lesão glomerular caracteriza a
glomerulonefrite transitória e autolimitada que se apresenta com síndrome
nefrótica.
QUADRO
CLÍNICO
O
período de incubação de malária varia de acordo com a espécie de plasmódio,
sendo 9-14 dias para o P. falciparum,
12-17 dias para o P. vivax, 18-40
dias para o P. malariae e 16-18 dias
para o P. ovale. Uma fase inicial,
caracterizada por mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia, geralmente precede a
clássica febre da malária. O ataque paroxístico agudo (acesso malárico),
coincidente com a ruptura das hemácias ao final da esquizonia, é geralmente
acompanhado de calafrio e sudorese. Esta fase dura de 15 minutos a uma hora,
seguida de uma fase febril de 41°C ou mais. Após um período de duas a seis
horas, ocorre defervescência da febre e o paciente apresent sudorese profusa e
fraqueza intensa. Depois de algumas horas, os sintomas desaparecem.
Após
a fase inicial, a febre assume um caráter intermitente. A peridiocidade dos sintomas
está na dependência do tempo de duração dos ciclos eritrocíticos de cada
espécie de plasmódio: 48 horas para P.
falciparum, P. vivax e P.ovale (malária terçã) e 72 horas para P. malariae (malária quartã).
Malária
não-complicada
As
manifestações clínicas mais frequentemente observadas na fase aguda são comuns
as quatro espécies que parasitam os humanos. Em geral, os acessos maláricos são
acompanhados de intensa debilidade física, náuseas e vômitos. Ao exame físico, o paciente apresenta-se pálido
e com baço palpável. A anemia, apesar de frequente, apresenta-se em graus
variáveis, sendo mais intensa nas infecções por P. falciparum. Durante a fase aguda da doença é comum a ocorrência
de herpes simples labial.
Em
áreas endêmicas, quadros prolongados de infecção podem produzir manifestações crônicas
da malária. Um quadro conhecido como síndrome de esplenomegalia tropical pode
ocorrer em adultos jovens altamente expostos a transmissão, apresentando
esplenomegalia, hepatomegalia, anemia, leucopenia e plaquetopenia. Os níveis de
IgM total e IgG antiplasmódio são elevados nesses casos e a síndrome regride
após uso prolongado de antimaláricos. Proteinúria acentuada, hipoalbuminemia e
edema podem ocorrer em infecções não-tratadas pelo P. malariae (síndrome nefrótica da malária quartã).
Malária
grave e complicada
Adultos
não-imunes, crianças e gestantes, podem apresentar manifestações mais graves da
infecção, podendo ser fatal no caso de P.
falciparum. A hipoglicemia, o aparecimento de convulsões, vômitos repetidos,
hiperpirexia, icterícia e distúrbio da consciência são indicadores de pior
prognóstico e podem preceder as seguintes formas clínicas da malária grave e
complicada:
- Malária cerebral: os
principais sintomas são uma forte cefaleia, hipertermia, vômitos e sonolência.
Em crianças ocorrem convulsões. O paciente evolui para um quadro de coma,
com pupilas contraídas e alteração dos reflexos profundos.
- Insuficiência renal aguda: caracteriza-se pela redução
do volume urinário a menos de 400 ml ao dia e aumento da ureia e da
creatinina plasmáticas. É mais frequente em adultos do que em crianças.
- Edema pulmonar
agudo: é particularmente comum em gestantes e inicia-se com
hiperventilação e febre alta. As formas mais graves caracterizam-se por
intensa transudação alveolar, com grave redução da pressão arterial de
oxigênio (síndrome da angústia respiratória do adulto).
- Hipoglicemia: frequente
em crianças, ocorrendo em associação com outras complicações da doença,
principalmente a malária cerebral. Os níveis de glicose sanguínea são
inferiores a 30 mg/dl e a sintomatologia pode estar ausente ou ser
mascarada pela sintomatologia da malária.
- Icterícia: definida
como coloração amarelada da pele e
mucosa, em decorrência do aumento da bilirrubina sérica, resultando de
hemólise excessiva ou de comprometimento da função hepática.
- Hemoglobinúria:
caracterizada por hemólise intravascular aguda maciça, acompanhada por
hiper-hemoglobinemia e hemoglobinúria. O paciente apresenta urina colúria
acentuada, vômitos biliosos e icterícia intensa. Necrose tubular aguda com
insuficiência renal é a complicação mais frequente e que pode levar a
morte.
EPIDEMIOLOGLA
A
malária é uma doença que ocorre nas áreas tropicais e subtropicais do mundo. É
considerada endêmica, quando existe uma
incidência constante de casos no decorrer de muitos anos sucessivos, e
epidêmica, quando ocorre agravamento periódico ou ocasional da curva endêmica. A
endemicidade de uma região é definida
com base no índice esplênico, o qual é determinado pela proporção de crianças
entre 2 e 10 anos com baço palpável:
-
Hipoendêmica:
índice esplênico inferior a 10%;
-
Mesoendêmica:
índice esplênico entre 11-50%;
-
Hiperendêmica:
índice esplênico entre 51-75%;
-
Holoendêmica:
índice esplênico superior a 75%.
Uma
outra forma de avaliar epidemiologicamente a malária é feita pelo seu perfil de
incidência no decorrer do tempo. Pode
ser considerada como estável, se o nível de transmissão é alto e não
sofre oscilação no decorrer dos anos, embora flutuações sazonais possam
ocorrer. Nessas áreas, é comum a aquisição de imunidade coletiva, sendo
infrequente o aparecimento de epidemia. Já nas áreas de malária instável, é comum
a variação anual da incidência, podendo ocorrer epidemias, já que a maior parte da população exposta
permanece vulnerável ao parasito.
A
associação de fatores que interferem na dinâmica de transmissão da doença determina
os diferentes níveis de risco para adquirir a malária. São eles:
-
fatores
biológicos, que incluem vetor, homem e parasito;
-
fatores
ecológicos, condições ambientais que favorecem ou dificultam a transmissão;
-
fatores
socioculturais, determinam as atitudes e os omportamentos dos agrupamentos
humanos;
-
fatores econômicos e políticos.
Das
400 espécies de mosquitos anofelinos já descritas, aproximadamente 80 podem
transmitir malária ao homem e 45 delas são consideradas vetores em
potencial.
Em
áreas de alta transmissão de malária, crianças e adolescentes são considerados
as principais fontes de infecção para o mosquito vetor, por apresentarem níveis
de gametócitos circulantes superiores
aqueles observados entre indivíduos adultos imunes. Por outro lado, são as
crianças e os adolescentes as maiores vítimas da infecção malárica.
No
Brasil, a malária apresenta distribuição heterogênea e dependente das atividades
ocupacionais desenvolvidas por populações expostas na Amazônia. As más
condições de habitação associadas a proximidade dos criadouros de mosquitos
favorecem a instalação de focos epidêmicos.
Situação
atual da malária e perspectiva para o seu controle
Atualmente
são registrados no mundo cerca de 300-500 milhões de casos de malária a cada
ano. Deste número alarmante, 90% se concentram na África Tropical, com aproximadamente
1,7 milhão de mortes, principalmente entre crianças menores de 5 anos de idade.
O restante está distribuído nas Américas Central e do Sul, Sudeste Asiático e
Ilhas da Oceania.
Na
América Latina, o maior número de casos é verificado na Amazônia brasileira,
com registro de cerca de 500 mil casos/ano.
Pelas
características climático-ambientais e pelas formas de vida da população, as
medidas tradicionais de controle, baseadas principalmente na aplicação de
inseticidas residuais contra o mosquito vetor, têm efeitos reduzidos nessas
regiões. Dentro desta perspectiva, é clara a importância de se adaptarem
as medidas de controle as condições epidemiológicas específicas de cada
região.
Assim,
os objetivos estratégia global de controle integrado deverão ser alcançados
através de:
- diagnóstico precoce
e tratamento imediato dos casos;
- uso de medidas
seletivas contra vetores;
- detecção oportuna de
epidemias;
- avaliação regular da
situação local da malária, pelo monitoramento dos fatores de risco.
DIAGNÓSTICO
O
diagnóstico de certeza da infecção malárica
só é possível pela demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados,
no sangue periférico do paciente. A OMS, em suas orientações atuais para o
controle da malária, preconiza tanto o diagnóstico clínico quanto o diagnóstico
laboratorial como norteadores da terapêutica da doença.
Diagnóstico
clínico
Em
situações de epidemia e em áreas de difícil acesso da população aos serviços de
saúde, indivíduos com febre são considerados portadores de malária. Além disso,
indivíduos semi-imunes ao plasmódio podem apresentar a doença sem sintomas da
doença, mesmo havendo parasitemia.
Por
isso, o elemento fundamental no diagnóstico clínico da malária, tanto nas áreas
endêmicas como nas não-endêmicas, é sempre pensar na possibilidade da doença, e
assim resgatar informações sobre a área de residência ou relato de viagens
indicativas de exposição ao parasito, bem como informações sobre transfusão de
sangue ou uso de agulhas contaminadas.
Diagnóstico
laboratorial
O
diagnóstico da malária é feito pela pesquisa do parasito no sangue periférico,
seja pelo método da gota espessa, ou pelo esfregaço sanguíneo. Estes são os
únicos métodos que permitem a diferenciação específica dos parasitos a partir
da análise da sua morfologia e das alterações provocadas no eritrócito infectado.
A
determinação da densidade parasitária pode ser útil para a avaliação prognóstica e deve ser realizada
em todo paciente com malária, especialmente nos portadores de P. falciparum.
Uma
vez que o P. falciparum completa o
seu ciclo eritrocítico assexuado aderido ao endotélio capilar, a sua detecção
no exame do sangue periférico é suspeitada quando apenas trofozoítos e
gametócitos são visualizados. Em contrapartida, a visualização de todos os
estágios de desenvolvimento de ciclo sanguíneo na gota espessa sugere P. vivax, P. malariae ou P. ovale.
As características de diferenciação dessas três espécies são mais bem visualizadas
através do exame do esfregaço sanguíneo.
Nos
últimos dez anos, métodos rápidos, práticos e sensíveis vêm sendo
desenvolvidos. Mais recentemente, métodos de diagnóstico rápido da malária
foram desenvolvidos, utilizando
anticorpos monoclonais e policlonais dirigidos contra a proteína 2 rica em
histidina do P. falciparum e contra a
enzima desidrogenase do lactato (pDHL) das quatro espécies de plasmódio. Tem a
vantagem de diferenciar o P. falciparum
das demais espécies, além de possuir alta sensibilidade e alta especificidade,
sendo úteis para a triagem e mesmo para a confirmação diagnóstica da malária, principalmente para
turistas que visitam as áreas endêmicas. Uma desvantagem é não permitir o
diagnóstico de uma infecção mista.
O diagnóstico
de malária através da PCR ainda é restrito aos laboratórios de pesquisa, em
virtude de custo elevado, reagentes necessários e da alta complexidade técnica.
TRATAMENTO
O
tratamento adequado e oportuno da malária é hoje o principal alicerce para o
controle da doença. O tratamento da malária visa a interrupção da esquizogonia
sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da infecção.
Entretanto, pela diversidade do seu ciclo biológico, é também objetivo da
terapêutica proporcionar a erradicação de formas latentes do parasito no ciclo
tecidual (hipnozoítos) das espécies P.
vivax e P. ovale, evitando assim
as recaídas tardias. Além disso, a abordagem terapêutica de pacientes
residentes em áreas endêmicas pode visar também a interrupção da transmissão,
pelo uso de drogas que eliminam as formas sexuadas dos parasitos.
A
decisão de como tratar o paciente com malária deve ser precedida de informações
sobre os a gravidade da doença, espécie de plasmódio, idade do paciente,
história de exposição anterior à infecção, suscetibilidade dos parasitos da
região aos antimaláricos convencionais e custo da medicação.
No
Brasil, o tratamento da malária é objeto de constante vigilância pelo
Ministério da Saúde, o qual distribui gratuitamente os medicamentos
antimaláricos e preconiza esquemas terapêuticos.
Tratamento
das malárias causadas por P. vivax, P. ovale e P. malariae
As
malárias provocadas por essas espécies, também chamadas de malárias benignas,
devem ser tratadas com cloroquinina. Esta droga é ativa contra as formas
sanguíneas e também contra os gametócitos dessas espécies. Para conseguir a
cura radical da malária é necessária a associação de um equizonticida tecidual,
a primaquina, para atuar sobre os hipnozoítos. Além disso, a primaquina atua
contra os gametócitos e tem capacidade de destruir os esporozoítos antes de sua
interiorização nos hepatócitos.
Tratamento
da malária causada por P. falciparum
No
Brasil, o Ministério da Saúde tem recomendado a associação quinina +
doxiciclina como esquema de primeira escolha para o tratamento do P. falciparum. A mefloquina é um esquizonticida sanguíneo eficaz em dose única.
Nos
últimos anos, um grande avanço na terapêutica desta malária foi conseguido com
as drogas do grupo da artemisinina, que atua como rápido e potente
esquizonticida sanguíneo, provocando a eliminação dos sintomas e do parasito em
menos tempo que a cloroquina, a mefloquina ou a quinina. Quando em uso isolado,
os derivados da artemisinina resultam em alta taxa de recrudescência. Assim, a
sua combinação com outros antimaláricos tem sido orientada, a fim de se evitar
a recidiva tardia da doença.
A
proposta terapêutica visando ao bloqueio da transmissão com drogas
gametocitocidas é uma prática frequente nas áreas, sendi a primaquina o único
medicamento com ação sobre os gametócitos do P. falciparum.
Tratamento
das infecções mistas
Para
pacientes com infecção mista causada por P.
falciparum + P. vivax, o
tratamento deve incluir medicamento esquizonticida sanguíneo eficaz para o P. falciparum, associado a primaquina,
como esquizonticida tecidual.
Se
a infecção mista é causada pelo P.
falciparum + P. malariae, o tratamento
deve ser dirigido apenas para o P. falciparum.
Tratamento
da malária na gravidez
Devido
à possibilidade de aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer e
morte materna, o tratamento da malária causada por P. falciparum deve ser precoce, a fim de impedir essas complicações.
Nesse caso, apenas a quinina em monoterapia ou a quinina associada a
clindamicina deve ser utilizada.
A
gestante portadora de malária causada pelo P.
vivax deve ser tratada apenas com a cloroquina, que é fármaco seguro na
gravidez. O uso da primaquina como esquizonticida tecidual deve ser postergado
até o final da amamentação.
PROFILAXIA
Medidas
de proteção individual
Pode
ser citada a chamada profilaxia de contato, a qual consiste em evitar o contato
do mosquito com a pele do homem. Como o anofelino tem, em geral, hábitos
noturnos de alimentação, recomenda-se evitar a aproximação às áreas de risco
após o entardecer e logo ao amanhecer do dia, utilizar repelentes nas áreas
expostas do corpo, telar portas e janelas e dormir com mosquiteiros.
Quimioprofilaxia
Como
não é disponível uma vacina ou uma droga profilática causal para a malária, a
ação esquizonticida sanguínea de alguns antimaláricos tem sido usada como forma
de prevenir as suas manifestações clínicas, principalmente em viajantes.
No
Brasil, a política adotada atualmente com relação a profilaxia da malária é
centrada na orientação para o diagnóstico e tratamento precoces (na presença de
qualquer sinal suspeito) e nas medidas de proteção individual, para reduzir
a probabilidade de picada de mosquito.
Como
medida de curto prazo, a quimioprofilaxia pode ser recomendada apenas para viajantes internacionais e grupos especiais que viajam
para áreas de intensa transmissão, durante um período que não ultrapasse dois
meses.
Medidas
coletivas
Algumas
estratégias têm sido consideradas atualmente para reduzir os níveis de
transmissão nas áreas endêmicas. Entre elas destacam-se:
Medidas
de Combate ao Vetor Adulto: através da borrifação das paredes dos domicílios
com inseticidas de ação residual, ou a nebulização espacial com inseticidas no
peridomicílio.
Medidas
de Combate às Larvas: através de larvicidas.
Medidas
de Saneamento Básico: para evitar a formação de "criadouros" de
mosquitos, surgidos principalmente a partir das águas pluviais e das
modificações ambientais provocadas pela garimpagem do ouro.
Medidas
para Melhorar as Condições de Vida: através da informação, educação e
comunicação, a fim de provocar mudanças
de atitude da população com relação aos fatores que facilitem a exposição a
transmissão.
VACINAÇÃO
CONTRA A MALÁRIA
Com
base no conhecimento da imunidade naturalmente adquirida, muito se tem feito no
sentido de identificar antígenos de diferentes estágios do parasito que seriam
responsáveis pela indução da imunidade protetora. Esses antígenos, se
utilizados em uma vacina, poderiam induzir mecanismos capazes de diminuir ou
mesmo bloquear os efeitos do parasito e da doença no homem. A busca de vacinas
eficazes contra a malária tem sido realizada em várias direções, incluindo estudos com as muitas formas evolutivas
do parasito, os esporozoítos, as formas hepáticas, as formas assexuadas eritrocíticas
e os gametócitos.
CONSIDERAÇÕES
IMPORTANTES
Gametóforo: paciente portador de gametócitos circulantes, sendo,
portanto, a fonte de infecção para o Anopheles.
Período
pré-patente: é o período que vai
desde a inoculação dos esperozoítos pelo Anopheles, até o aparecimento das primeiras formas
sanguíneas detectáveis. Para o P.
falciparum é de 9-10 dias, para o P.
vivax de 11-13 dias, para o P.
malariae de 15-16 dias e para o P.
ovale de 10-14 dias.
Recrudescência: reaparecimento das manifestações clínicas
decorrentes de reativação da
esquizogonia sanguinea de uma mesma infecção. Em geral por estágios
assexuados sanguíneos que não foram completamente eliminados pelo tratamento e
que persistiram, por algum tempo, em baixa parasitemia.
Muito bom o site! Parabéns!! Foi o mais completo que eu encontrei!!!
ResponderExcluirMuito Obrigado !
ExcluirEstá tão completo que tem informações que não recebi na faculdade, vi a página passando e disse: nossa! Quanta informação de uma só vez.
ResponderExcluirMuito obrigado ! Espero que tenha encontrado tudo que procurava !
ExcluirMuito bom!!! Tem tudo que eu precisava, super completo!
ResponderExcluirObrigado pela visita, volte sempre !
Excluirotimo bem aproveitado
ResponderExcluirAchei muito boa a informação e realmente muito completo. Sò um pequeno reparo: voce devia por bibliografia para dar um conceito mais cientifico ao blog... De resto muitos parabens
ResponderExcluirEstou no final do mestrado e meu alvo de estudo é o P. falciparum. Esse é o texto mais didático que já li sobre o assunto (e olha que já li muita coisa!). Parabéns! (Reforço a sugestão do comentário acima de referenciar o texto.)
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